Wednesday, April 19, 2006

Cisne ao molho pardo??

"NÓS SOMOS CISNES, NÃO SOMOS PATOS

A experiência é, como disse lindamente Pedro Nava, um carro com os faróis voltados para trás. Este texto é uma mea-culpa.
Nesses últimos 40 anos, cobertos com competência pelo caderno, nós, publicitários, construímos coisas grandes e belas. Juntos fizemos o país gostar de propaganda.
E fizemos a propaganda brasileira ser admirada no mundo. O povo brasileiro gosta de propaganda. E gosta da nossa propaganda. Tornamos os publicitários conhecidos e respeitados. Participantes da vida do país. Famosos além do muro da propaganda.
Entretanto, de alguns anos para cá, deixamos alguns mauricinhos, em seus ternos engravatados, tentarem tornar suas verdades cinzas em verdades nossas.
E tentam tornar essas meias-verdades em verdades absolutas. Lero-lero do tipo: “Só no Brasil o publicitário tem a importância que tem”. Mentira. Lord Saatchi é publicitário. Virou Lord, tem uma das maiores coleções de arte do Reino Unido. E é parte atuante do stablishment inglês.
Assim como Sir Martin Sarell é hoje. E como Sir David Ogilvy foi no passado. Assim como Jacques Seguela tem participação atuante na política francesa. E James Carville é figura conhecidíssima nos Estados Unidos.
Todos com visibilidade, programa de TV, livro. Dizendo coisas geniais ou pisando no tomate como todos nós mortais.
Mas, de tanto ouvir essas nulidades repetindo que nossas gravatas são extravagantes, que aparecemos demais, que somos barbies, estamos jogando na retranca.
E, com medo disso, ao preenchermos a ficha do hotel, nos denominamos empresários. Falamos agora todos iguais. Nos vestimos todos agora tom sobre tom. As nossas respostas são todas respostas de miss.
Está na hora de esse mercado ser um pouco mais ele mesmo. Estão faltando frescura, frivolidade, charme. É preciso ter pertinência, consistência, responsabilidade, mas não é preciso ser tão chato.
Propaganda é uma atividade de artista. É uma indústria séria como o cinema. Mas é também uma arte.
É uma arte cara, feita por pessoas especiais.
Meio malucas. Não são patos. São cisnes.
Que tiram idéias grandes de coisas banais. Que tornam um produto uma marca. E que fazem fortuna para os outros. E que têm de ser, portanto, reconhecidos, bem pagos e ouvidos nessa sociedade como Isay Weinsfeld, os Irmãos Campana ou Fernando Meirelles.
E, se não são especiais, se não são interessantes, se não têm idéias inusitadas, não são publicitários. E, portanto, não merecem as regalias, a visibilidade e nem serem ouvidos.
Mas não podemos deixar os comuns tentarem nos envergonhar de termos nascidos diferentes.
Não seja um publicitário enrustido, amigo. Vamos lá. Vamos sair do armário. Sim, mãe. Sim, pai. Eu sou publicitário. Carrego dentro de mim essa gravata com estampa. Sim, eu tenho esse ego que dizem que é de publicitário (mas que aparece também em médicos, políticos, engenheiros, arquitetos, atores de cinema).
E, apesar dessa meia vermelha, eu pago meus impostos e faço o país crescer. Gero empregos, fabrico riquezas e divisas.
Sim, eu sou publicitário. Gosto de coisas com design, amo trocadilhos e frases de efeito. Mas os monges também têm seus jargões e seus tiques.
E, pelo fato de ser um cisne, não vou passar a vida me fantasiando de pato. Só para que os patos de nascença se sintam melhor. É claro que um texto como esse é um prato cheio para o rancor, para a lição de moral. Para os torquemadas que usam a falsa humildade para lançarem pensamentos diferentes na fogueira.
Mas vamos lá, meus amigos. Chega de bancarmos os empresários. De tentarmos ser low-profile que nem banqueiros. Que os banqueiros sejam banqueiros, que os empreiteiros sejam empreiteiros e que nós sejamos nós. Artífices da palavra, espíritas de idéias.
E, por sermos assim diferentes, a Rainha nos batizará como Lords. O povo cantará nossas músicas e contará nossos filmes.
Sejam os publicitários como o nosso companheiro, o jornalista Roberto Marinho, foi sempre: jornalista Roberto Marinho. E, sendo jornalista e apaixonado por seu ofício, construiu um império.
Não, esse mercado não pode ser tomado por mauricinhos que não fazem anúncios. Só fazem lobby. Que ficam puxando o saco de empresários e imitando esses empresários como replicantes.
Nós somos o inconformismo. A voz da New Age. Os filhos de Aquários.
Nós somos, perante a indústria e o comércio, a voz dos jovens, do povo. Nós somos o novo, o imprevisível, o diferente.
Perante o banqueiro sisudo, o empresário que vive preso no seu escritório, no seu universo, no seu mundo, nós somos a voz das bichas e dos chapados.
Nós somos o ponto de interrogação nas organizações. A contramão. A provocação.
E, se deixarmos de ser isso, nosso espaço nessa sociedade será nenhum. Como aqueles que tendo nascido cinzas, chatos e mauricinhos querem. Que fiquemos todos iguais para sermos patos como eles. "
Nizan Guanaes

Fiasco!

Baixei no Emule Elizabethtown e The Hitchhikers Guide. (!!)

Com licença, vou me deliciar com essas belezuras.
(e sem legendas!)

Monday, April 03, 2006

Boa noite. Boa sorte (pra você).

Já vou me deitar. Passei as últimas horas tentando consertar meu PC. Em vão não foi. Mas fiquei frustrado mesmo assim. Consegui alguns resultados, mas não foi suficiente. O novo leitor veio com defeito. Cansei por hoje.

Engraçado, que estava me gabando e pensando em fazer um post comentando minha ousadia - sempre frutífera - de, sem nenhum conhecimento de causa e técnico, sempre ir abrindo o computador e me atrevendo e aventurando a trocar peças e mexer em tudo. Hoje, eu vi o resultado. Mexi, mexi mexi. Liguei o PC e como num grunhido de bomba prestes a estourar o pc solta um estalo forte e sobe uma fumaça preta e um cheiro de queimado.
Cheiro de quem não sabe o que está fazendo. hehe

Mas não me esquentei (como o pc...). Descobri que tudo isso não passou de uma estranha coincidência.

Adoro resolver alguns de meus problemas sem "encurtamento de distâncias" (valeu tiago). Adoro a sensação de descobrir a fórmula da resolução em pleno andamento do problema. Descobrimento, desenvolviemento de conhecimento, novas ramificações nervosas e auto-suficiência.

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Hoje ouvi uma porção de músicas. E sem querer no meio delas me deparo com um cd de chico e edu, pirateado de meu irmão, que tenho aqui em casa, mas não ouço.
Chico... Não preciso nem falar né. Chico é foda. Edu é foda. E os dois juntos, além de me trazerem lembranças infantis do circo místico e da montagem infatil de Cecifrance e Inquilinos de Palco, são orgasmos múltiplos.

Aqui vai a peróla de hoje desse disco:
Ficam dois comentários - a belíssima segunda voz de "Tom" (eu acho que é ele... é a cara dele) e os acordes maiores na modulação, ao fim da música, na palavra "boooons". Lindo!

Choro Bandido

Edu Lobo / Chico Buarque

Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas
Os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas
Quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira
Que animou todos os sons
E daí nasceram as baladas
E os arroubos de bandidos como eu
Cantando assim:
Você nasceu para mim
Você nasceu para mim

Mesmo que você feche os ouvidos
E as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego
Com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão
E eis que, menos sábios do que antes
Os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim:
Me leve até o fim
Me leve até o fim

Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons

Sunday, April 02, 2006

Meditação. Por um mundo melhor.

Seguindo meu plano de virar um yogue pós-moderno... - brincadeira hehe - Aqui vai um site massa que possui umas trilhas sonoras para meditação e relaxamento. http://www.soundsleeping.com/

A dica é do Blog da Rosana Hermann (http://queridoleitor.zip.net/). Sou fã.

Acho que foi o atual Dalai Lama que certa vez disse que se todos os homens praticassem meditação diariamente e adentrassem o caminho do autoconhecimento, o mundo não teria mais guerras e fome. É um pensamento utópico. Mas gostei dele - talvez pela simplicidade e ousadia - desde a primeira vez que o ouvi.

Ou seja, vou tomar vergonha e começar a fazer pelo menos minha parte. Meditar e me encontrar no vazio de mim mesmo. Quem sabe isso não faz o meu mundinho e daqueles que me cercam um pouco melhores?

Garden State 2

Ah.. me esqueci de comentar a participação da belíssima Natalie Portman. Mais uma razão para o deleite deste belo filme.

Garden State

Essa semana assisti Garden State (Hora de voltar) de Zach Braff (o protagonista de série Scrubbs). Além de ser o personagem pricipal, ele é o diretor e roterista do filme. Marinheiro de primeira viagem, Zach, de forma despretenciosa, junta um cast de jovens atores e uma jovem equipe técnica e resolve contar esta sua estória simplesmente da forma que lhe convém.
Não é nenhuma obra prima cinematográfica, mas o filme nos mostra a boa realização de um jovem ator ao se permitir fazer uma pélicula, em hollywood, onde as palavras de ordem não são o sucesso comercial e clichês, mas a exaltação da beleza deste roteiro simples e alternativo e o registro desse momento da personalidade e vida do jovem diretor Zach.

Mais informações no blog : http://www2.foxsearchlight.com/gardenstate/blog/

Apesar de não ser tão profundo como os filmes de Cameron Crowe - este é o primeiro de Zach - a trilha sonora é tão marcante quanto. Mais uma vez, as músicas parecem ser escolhidas a dedo para cada cena e compõem como num retrato cinematográfico o clima espiritual do filme.

Uma das músicas é de Simon & Garfunkel-the Only Living Boy In New York. Ela podia muito bem fazer parte da trilha de Elizabethtown.
Bel, não preciso nem falar, lembrei de você.

Tom, get your plane right on time.
I know your part'll go fine.
Fly down to Mexico.
Da-n-da-da-n-da-n-da-da and here I am,
The only living boy in New York.
I get the news I need on the weather report.
I can gather all the news I need on the weather report.
Hey, I've got nothing to do today but smile.
Da-n-da-da-n-da-da-n-da-da here I am
The only living boy in New York

Half of the time we're gone but we don't know where,
And we don't know here.

Tom, get your plane right on time.
I know you've been eager to fly now.
Hey let your honesty shine, shine, shine
Da-n-da-da-n-da-da-n-da-da
Like it shines on me
The only living boy in New York,
The only living boy in New York.

Semelhanças Irreconsilháveis

Nem sei o que falar sobre esta frase. Mas sei que ela me ocorreu a mente há um tempo e a achei perfeita para descrever o sentimento que tenta definir o "Gap" existencial entre as pessoas.

PS: Alguém mais, além de mim, também não entendeu nada desse post?